sábado, 8 de setembro de 2007


Um dia a maioria de nós irá se separar. Sentiremos saudades de todas as conversas jogadas fora, as descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, dos tantos risos e momentos que compartilhamos. Saudades até dos momentos de lágrima, da angústia, das vésperas de finais de semana, de finais de ano, enfim... do companheirismo vivido. Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho mais tanta certeza disso. Em breve cada uma vai pra seu lado, seja pelo destino, ou por algum desentendimento, segue a sua vida, talvez continuemos a nos encontrar quem sabe, nos e-mails trocados. Podemos nos telefonar, dizer algumas bobagens. Aí os dias vão passar, meses, anos, até este contato tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo. Um dia nossos filhos verão aquelas fotografias e perguntarão? Quem são aquelas pessoas? Diremos, que eram nossos amigos. E... isso vai doer tanto! Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos de minha vida!
Já fiz amigos eternos
Já amei e fui amado
Já fui amado e não amei
Já tentei esquecer pessoas inesquecíveis
Já tentei substituir pessoas insubstituíveis
Já gritei e pulei de tanta felicidade
Já vivi de amor
Já perdoei erros quase imperdoáveis
Já fiz coisas por impulso
Já me decepcionei com pessoas que nunca pensei me decepcionar
Já abracei pra proteger
Já decepcionei alguém
Já dei risada quando não podia
Já fiz juras eternas
Já chorei ouvindo música e vendo fotos
Já liguei só pra escutar uma voz
Já fui levado em sonhos
Já pensei que fosse morrer de tanta saudade
No final ... tive medo de perder alguém especial e acabei perdendo
“Mas...Vivi... E estou Vivo ...

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

FERNANDO PESSOA EM SETEMBRO NA SALA 302 DA USINA


Álvaro de Campos
Lisbon Revisited
(l923)
NÃO: Não quero nada. Já disse que não quero nada.
Não me venham com conclusões! A única conclusão é morrer.
Não me tragam estéticas! Não me falem em moral!
Tirem-me daqui a metafísica! Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) — Das ciências, das artes, da civilização moderna!
Que mal fiz eu aos deuses todos?
Se têm a verdade, guardem-na!
Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica. Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo. Com todo o direito a sê-lo, ouviram?
Não me macem, por amor de Deus!
Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável? Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa? Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade. Assim, como sou, tenham paciência! Vão para o diabo sem mim, Ou deixem-me ir sozinho para o diabo! Para que havemos de ir juntos?
Não me peguem no braço! Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho. Já disse que sou sozinho! Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!
Ó céu azul — o mesmo da minha infância — Eterna verdade vazia e perfeita! Ó macio Tejo ancestral e mudo, Pequena verdade onde o céu se reflete! Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje! Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.
Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo... E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!
EU, PESSOA E OS OUTROS EUS
A POESIA DELIRANTE DE FERNANDO PESSOA POR JAIRO KLEIN
DIREÇÃO EDUARDO KRAEMER
Quando: Até 29/09 Sábados e Domingos
Onde: SALA 302
Horário: 19h
Ingressos: R$5,00
Maiores informações pelo fone (51)96768341 E 32239831